domingo, 24 de abril de 2011

Hibridos: nascimento e fertilidade


         Quando duas espécies distintas se cruzam e desse cruzamento resulta um novo indivíduo, o processo chama-se hibridação e o novo ser é um hibrido. Ocorre hibridação na maioria dos seres vivos, são mais frequentes em plantas.
Um dos animais hibridos mais populares é a Mula, resultante do cruzamento entre um burro e uma égua, mas como esta existem muitos mais exemplos. Apesar da hibridação não ser um processo comum, também não é tão raro como antigamente se pensava. A própria fertilidade dos hibridos é possível, colocando de parte a ideia generalizada de que os hibridos são todos estéreis.
A fertilidade de um hibrido é determinada pelos seus cromossomas. O número de cromossomas é variável: o ser humano possui 46, o mosquito possui 3, o gato doméstico 38, o elefante 56, a carpa 104, etc.
Nos hibridos, o que acontece com maior frequência é o cruzamento entre espécies com número de cromossomas diferente. Pegando no exemplo anterior, os burros têm 62 cromossomas enquanto que os cavalos têm 64; os animais resultantes deste cruzamento (as mulas e os bardotos) têm 63 cromossomas - o cromossoma extra não vai ter um par homólogo, o processo da meiose não se dá e, sem células reprodutoras, o animal é estéril.
A hibridação não é, contudo, ocorrida sempre de forma natural. A maioria dos hibridos identificados foram criados em cativeiro, ainda que por diversas vezes de forma acidental. A criação propositada de hibridos em cativeiro é muito discutida, uma vez que pode ser considerada anti-ética.
Apesar de geralmente estéreis, já foram documentados 60 casos de mulas que engravidaram. Uma delas, em Portugal, levou mesmo a gravidez até ao fim. O parceiro foi um burro macho e o novo ser é bastante parecido com ele.
Conhecem-se hibridos de chacais com dingos, com cães domésticos e com lobos. O cruzamento com coyotes será possível mas nunca foi observado. São efectuados propositadamente cruzamentos entre chacais e Husky’s para obter hibridos com faro mais apurado, sendo utilizados para busca de bombas. 
Jaguares e leoas foram cruzadas em cativeiro para estudar o comportamento de um hibrido destas duas espécies. Existem relatos de jaglions na vida selvagem, mas ainda estão por provar, uma vez que as descrições também condizem com uma espécie de leão africano.
Nasceu em 1978, num Zoo, uma cria hibrida resultante do cruzamento entre um elefante africano e um asiático. Morreu 12 dias após o nascimento, com uma infecção umbilical. Existem rumores de nascimentos de mais elefantes hibridos, especialmente em circos, mas todos apresentavam deformações graves.
            Geralmente, novas espécies surgem quando uma espécie se divide em duas. Isto pode acontecer por diversos motivos, como por exemplo, um certo grupo dentro de uma espécie apresentar um comportamento diferente e se isolarem dos restantes, ou então a variabilidade genética dar origem a animais com uma pequena diferença de padrões e cores no corpo, que os torne mais atrativos sexualmente, ou mais eficazes contra predadores. Imaginando estes e outros fatores numa longa escala de tempo, na ordem dos milhares de anos, rapidamente nos apercebemos que a evolução acontece.
No entanto, os biólogos estão agora, no século XXI, a depararem-se mais do que nunca com processos que podem alterar radicalmente vários conceitos, incluindo o de espécie e o de evolução. Ainda que menos freqüente que os acontecimentos descritos no parágrafo anterior, a hibridação inter-específica teve um papel muito ativo na evolução dos seres vivos, e na verdade muitos animais que hoje damos como espécies podem ter sido resultado de cruzamentos e retro-cruzamentos que ocorreram no passado entre animais que poderão já não existir. Em vez de ser uma espécie a originar duas, são duas espécies a originar uma.





















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