quinta-feira, 5 de maio de 2011

Pesquisadores identificam mutação genética em ovelhas Santa Inês

                             A descoberta, inédita no Brasil, pode beneficiar os sistemas produtivos e agricultores familiares da região Nordeste do Brasil.


Embrapa/Divulgação
            A tecnologia foi testada com as ovelhas do Núcleo de Conservação de Ovinos Santa Inês da Embrapa Tabuleiros Costeiros
            Pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Distrito Federal) e da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Sergipe), Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), identificaram uma mutação genética natural em ovelhas da raça santa inês que está fortemente relacionada ao aumento da ovulação e prolificidade (capacidade de se multiplicar, gerar prole).
            A descoberta, inédita no Brasil e cujo pedido de patente já foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), pode beneficiar significativamente os sistemas produtivos e agricultores familiares da região Nordeste do Brasil, que concentra o maior rebanho de santa inês do país, além de outras regiões brasileiras, já que essa raça tem se expandido nas últimas décadas.
            A variante FecG-Embrapa, que é um alelo (em linguagem corriqueira, alelo pode ser explicado como o "endereço" do gene) natural do gene GDF9 (Growth Differentiation Factor 9) foi identificada pelos cientistas da instituição após estudos com marcadores moleculares desenvolvidos desde 2004. A variante FecG-Embrapa do GDF9 ocorre de forma natural nas ovelhas da raça e permite que tenham uma ovulação até 82% superior a outras que não possuem essa alteração. O aumento na taxa de ovulação faz com que as ovelhas tenham 58% mais crias do que as ovelhas da mesma raça que não possuem tal variante.


Metodologia

            A tecnologia foi testada com as ovelhas do Núcleo de Conservação de Ovinos Santa Inês da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Eduardo Melo, a descoberta da mutação foi como encontrar “uma agulha no palheiro”, visto que há cerca de 25 mil genes que codificam proteínas no DNA das ovelhas e cada gene pode ter dezenas ou até centenas de mutações que ocorrem de forma natural.
            Após identificarem a alteração natural no DNA das ovelhas e comprovarem a sua relação com o aumento na taxa de ovulação e prolificidade, os pesquisadores das duas unidades da Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveram uma metodologia baseada em técnicas de biologia molecular que permite identificar de forma rápida e eficiente essa mutação em qualquer rebanho ovino.

Fonte: Globo Rural Online

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